Que mais resta dizer sobre José Saramago? Quantas linhas mais precisam de se alinhar sobre esse homem para quem “escrever é fazer recuar a morte, é dilatar o espaço da vida” (in José Saramago nas suas Palavras)? Ribatejano, nascido numa barraca de chão de barro, faria hoje, dia 16 de novembro, 97 anos. Uma figura que não era de meios termos e que, para lá das divisões matemáticas de amores e ódios, pôs o mundo inteiro a falar dele. O nosso Prémio Nobel da Literatura.
É difícil tentar escrever algo mais que não tenha já sido dito sobre ele. Ainda assim, relembramos hoje o português que cresceu num berço de pobreza, revolucionando a sua própria vida até aterrar em Estocolmo, tornando-se (ainda mais) eterno. Ainda assim, tentamos escrever sobre ele porque, mais do que ter revolucionado a sua própria vida, entranhou-se na nossa.